Biblioteca - Dissertações de Mestrado

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Dissertações apresentadas para a obtenção do Grau de Mestre, conferido pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

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    Prevalência de lesões em praticantes de breaking em Portugal
    (2023) Gores, Diogo Enes; Aleixo, Inês Marques, orient.
    O breaking é a nova modalidade Olímpica que integrará os quadros de desportos Olímpicos em 2024, na cidade de Paris. A elevada incidência de lesões nesta modalidade tem afetado a saúde dos breakers e o número de estudos nesta área continua bastante reduzido. É por isso necessário recolher informações acerca da incidência e do tipo de lesões em breakers para que sejam criados planos de prevenção de lesões, visando a saúde dos B-Boys e das B-Girls e contribuindo para um melhor desempenho das suas performances. Objetivos: Caracterizar a incidência e o tipo de lesões em atletas de breaking em Portugal e recolher informações cruciais para que futuros investigadores consigam desenhar e incorporar no processo de treino um programa de prevenção de lesões, visando a saúde dos B-Boys e das B-Girls. Métodos: Vinte e um breakers (26,19 ± 6,85 anos; 57,1% B-Boys) residentes em Portugal constituíram a amostra deste estudo transversal observacional. A caracterização da incidência e do tipo de lesões foi feita através de um Questionário Online adaptado da literatura de lesões no breaking. Procedeu-se à utilização da estatística descritiva para todo este projeto. Resultados: Obteve-se que 7 (33,3%) dos 21 breakers sofreram pelo menos duas lesões, tendo havido um total de 52 lesões. As zonas anatomicamente mais afetadas terão sido os ombros (21,15%) e os joelhos (19,23%), sendo as lesões articulares (59%) e musculares (17,31%) as mais comuns entres os breakers. Conclusão: Os resultados mostram uma grande incidência de lesões articulares e musculares nos membros superiores, seguidos dos membros inferiores. Mais estudos acerca da incidência de lesões no breaking são necessários. Palavras-Chave: Breaking, Lesões musculo-esqueléticas, Incidência de lesões
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    Relação entre as experiências adversas na infância e a qualidade de vida
    (2023) Fonseca, Helena Isabel Soares da; Pinto, Ricardo José Martins, orient.
    Objetivos: Existe muita literatura acerca de experiências adversas na infância (EAI) e as consequências físicas e psicológicas, mas a maior parte da evidência tem sido obtida em amostras com adultos. Escasseiam estudos com amostras de adolescentes e que tenham estudado a qualidade de vida. Nesse sentido, este estudo procurou avaliar 10 EAI, e explorar a relação de cada uma na qualidade de vida. Método: A amostra foi composta por 189 participantes, com uma média de 16 anos de idade (DP = 1.23), variando entre os 13 e os 18 anos. Relativamente ao sexo, 95 era do sexo feminino e 94 era do sexo masculino. Resultados: De modo a perceber quais as experiências adversas que eram correlacionadas com a qualidade de vida, recorreu-se à utilização do programa SPSS, versão 28, em que os resultados demonstraram que das 10 EAI, apenas cinco foram estatisticamente significativas: abuso emocional (r = .36, p = .036), abuso sexual (r = .247, p < .002), negligência emocional (r = .251, p < .002), violência doméstica (r = .205, p < .001) e perturbação mental ou suicídio de familiares a viver com o adolescente (r=.282, p < .001). Através da análise de regressão, que incluiu estas 5 EAI como preditores, os resultados demonstraram que apenas a Perturbação Mental ou Suicídio no Ambiente Familiar foi preditor da qualidade de vida, ou seja, a pontuação nesta adversidade foi associada a menor qualidade de vida (β = .247, t = 3.247 = 7.129). Conclusões: O estudo permitiu identificar que existe uma relação entre as experiências adversas na infância e a qualidade de vida em adolescentes. São discutidas as implicações da relação entre a perturbação mental ou suicídio de familiares a viver com o adolescente com a qualidade de vida, sugerindo-se algumas medidas de atuação para profissionais que trabalham em justiça juvenil e proteção de crianças e jovens. Palavras-Chave: adolescentes; adversidade; qualidade de vida
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    Maus-tratos na infância e bem-estar sexual na idade adulta: revisão sistemática
    (2023) Quintas, Francisco Diogo Pinheiro; Lamela, Diogo, orient.
    O conceito de bem-estar sexual tem recebido especial atenção na investigação e nas políticas públicas na última década. Tem sido sugerido que as experiências adversas ao longo do desenvolvimento podem influenciar o bem-estar sexual na idade adulta, mas pouco se sabe como os diferentes tipos de maus-tratos na infância estão associados com as diferentes dimensões do bem-estar sexual. Com efeito, o objetivo deste estudo foi realizar o levantamento da literatura que examinou o impacto dos maus-tratos na infância no bem-estar sexual na vida adulta. Para isso, foram selecionados artigos empíricos publicados em revistas científicas indexadas nas seguintes bases de dados eletrónicas: Academic Search Complet, Eric, Pubmed, Scopus, Web Of Science. A pesquisa encontrou um total de 2950 artigos, sendo que foram incluídos 21 na revisão sistemática. A seleção dos estudos foi realizada por dois investigadores, tendo em conta cinco critérios de exclusão previamente definidos. Os resultados demonstraram associações negativas entre maus-tratos na infância e o bem-estar sexual na vida adulta, com especial foco na compulsão/ evitação sexual e intimidade no relacionamento. O abuso sexual foi tipo de maltrato que tem maior impacto no bem-estar sexual na idade adulta. No entanto, poucos estudos empíricos testaram as associações entre outros tipos de maus-tratos (abuso físico, abuso psicológico e negligência) e o bem-estar sexual. Com base nos resultados, este trabalho discute áreas de investigação futura e implicações clínicas. Palavras-chave: Maus-tratos; Bem-estar sexual; Abuso; Revisão sistemática
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    A prática da Psicologia Clínica na ótica dos/as profissionais: dificuldades, impactos e necessidades
    (2023) Canuto, Jéssica Pimentel; Pinto, Dulce Patrícia Vale de Vasconcelos, orient.
    Tem-se verificado um crescente interesse na investigação em psicologia, sobre o desenvolvimento profissional dos/as psicólogos/as clínicos, e sobre as condições em que exercem a profissão. Sendo a psicologia uma profissão exigente, a literatura aponta para a necessidade de atender ao impacto que esta provoca nos profissionais, quer a nível pessoal como profissional. Objetivo: O presente estudo procura compreender como os/as psicólogos/as percecionam e experienciam a sua prática profissional, no contexto da psicologia clínica em Portugal. Paralelamente, procura compreender o impacto da profissão na vida pessoal e profissional, bem como as estratégias de coping a que recorrem. Método: O estudo integra 15 psicólogas clínicas, incluindo membros juniores e membros efetivos da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Para a recolha de dados foi administrada individualmente uma entrevista semiestruturada. Utilizou-se a análise temática para a análise dos dados, com recurso ao software Nvivo 10. Resultados: Os resultados demonstram as múltiplas dificuldades com que os psicólogos se deparam, destacando-se a falta de reconhecimento e valorização. Por encadeamento, apesar das participantes reconhecerem repercussões positivas da profissão, salientam em maior número os impactos negativos, fruto das respetivas dificuldades, que afetam a sua vida pessoal e profissional. De forma a contrariar as repercussões negativas, os resultados destacam as necessidades profissionais, associadas ao ato educativo da população (Instagram) e a luta por maior atenção/reconhecimento das instituições/estado. Por outro prisma, sublinham as necessidades ao nível do cuidado do/a psicólogo/a, articuladas com estratégias de coping e autocuidado essenciais para o bom funcionamento “mental/profissional” dos/as psicólogos/as. Conclusão: Conclui-se, que apesar de ter existido um aumento no reconhecimento da psicologia, decorrente da pandemia, esta ainda continua a ser uma profissão com grande caminho a percorrer, ao nível da valorização, posição no mercado de trabalho e na vida da população em geral. Palavras-chave: Psicologia clínica, dificuldades, impacto, necessidades, coping
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    Cláusulas de declaração e garantia nos contratos de compra e venda de participações societárias de controlo
    (2023) Carvalho, Carlos Eduardo Valverde; Anjos, Maria do Rosário, orient.
    Na primeira parte do estudo, o objetivo será analisar a origem das cláusulas de declaração e garantia com um olhar histórico cultural para compreensão das funções principais no sistema do common Law, sob a ótica das expectativas de direito das partes que celebram contrato de transmissão de controlo de sociedades empresariais, sem deixar de ocupar-se dos princípios e dos institutos característicos destas cláusulas com o intuito de estabelecer limites à característica negocial destas cláusulas, bem como abordar a segurança jurídica a ponto de oferecer confiabilidade necessária aos termos dos contratos de M&A (Mergers and Acquisitions). Na segunda parte, o objetivo será estudar a due diligence e o dever de informação, estabelecer diferenças teóricas entre declarações e garantias. Assim, o estudo de decisões dos tribunais portugueses oferecem importantes contributos para um “ponto de virada” na forma do enquadramento jurídico destas cláusulas, importantes para a problemática que o presente estudo pretende se dedicar: o acórdão do STJ de 1° de março de 2016, ao admitiu a possibilidade de previsão das cláusulas de declaração e garantia como um sistema autônomo - art. 405°. do Código Civil -, permitiria afastar a aplicação de regimes jurídicos, alguns dos quais permitiriam a anulação do negócio jurídico?
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    A descentralização, os municípios, a educação - o papel das autarquias na descentralização educativa : um estudo de caso
    (2023) Saraiva, Eugénio Joaquim; Figueiredo, Maria Irene, orient.
    Passando a fazer parte do nosso quotidiano, é notório que se tem vindo a assistir ao crescente incremento de novas Políticas Públicas referentes à educação. Neste âmbito têm sido dinamizados pelos municípios portugueses uma série de projetos com o objetivo de garantir que todas as crianças e alunos têm as mesmas oportunidades, as mesmas condições de acesso e de participação plena e efetiva. Assim, o presente estudo pretende analisar e avaliar o impacto na comunidade educativa local da implementação das atividades, concretizadas por um município, da área metropolitana do Porto, no quadro da Descentralização de competências, no setor da educação. O contexto do estudo incidiu sobre um município da área metropolitana do Porto (AMP) e a sua interação com os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, na implementação de políticas públicas ao nível do prolongamento de horário na educação pré-escolar e das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), no 1.º ciclo do ensino básico e pela adoção de uma Plataforma de Gestão de Conteúdos como uma ferramenta que gere o serviço dos diferentes agentes implicados na ação educativa. O presente estudo de caso simples, consubstancia-se na recolha de dados, através de inquéritos por questionário e por entrevista, bem como na análise dos documentos orientadores do município. Os resultados evidenciam que as atividades empreendidas pelo município potenciam a pertinência e qualidade da intervenção educativa, com impacto nas comunidades educativas locais. Ou seja, os cidadãos estão de acordo com a descentralização de competências do Estado central nos municípios, nomeadamente em matérias educacionais. Por outro lado, pode-se aferir que a implementação do Prolongamento de horário, das AEC, e de uma plataforma digital de conteúdos tem potenciado a coesão territorial, permitindo às famílias uma maior igualdade de oportunidades.
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    Ansiedade de realização em estudantes do ensino superior : efeitos da ansiedade-traço e do tipo de estratégias de estudo
    (2023) Coelho, Rafaela Alexandra Santos; Oliveira, Célia Regina Gomes, orient.
    Com a presente investigação pretende-se explorar as estratégias de estudo utilizadas por estudantes do ensino superior, em Portugal, e a respetiva influência na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização nos testes. Mais especificamente, procurou-se: perceber quais as estratégias de estudo mais frequentemente utilizadas pelos estudantes; quais os motivos que determinam o uso dessas estratégias; qual a validade científica das estratégias mais utilizadas, por referência à investigação disponível sobre estratégias de memória baseadas na evidência; qual o respetivo poder preditor da ansiedade de realização; e quais os efeitos, da estratégia mais frequentemente utilizada e de uma das estratégias com maior evidência de eficácia, na moderação da relação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização. Participaram 276 estudantes do ensino superior, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos (M=24.51; DP= 7.828), que frequentam os níveis de licenciatura, mestrado ou curso técnico superior, em instituições de ensino portuguesas do continente e ilhas. Adotou-se uma metodologia de investigação quantitativa, transversal, com recurso aos seguintes instrumentos: um questionário sociodemográfico, um questionário sobre conhecimento e uso de estratégias de estudo (desenvolvido para o efeito), o questionário de Reações aos Testes (Sarason, 1984 adaptado por Baptista et al. 1988) e o Inventário de Estado-Traço de Ansiedade (Spielberger et al., 1970 adaptado por Spielberger & Silva 2007). Os resultados permitiram concluir que as estratégias de estudo que os/as estudantes mais utilizam são: fazer resumos, anotações durante o estudo e sublinhar ou realçar ao ler – estratégias que, apesar de populares, apresentam baixa eficácia à luz da evidência científica disponível (e.g. Hattie & Donoghue, 2016; Miyatsu et al., 2018). As razões apontadas para a utilização destas estratégias foram a falta de tempo para abordar outras formas de estudo e/ou terem aprendido essa forma de estudo com pais, professores ou explicadores, o que conduz à perseveração em estratégias de aprendizagem com eficácia limitada comparativamente a estratégias com eficácia robusta (como, por exemplo, o autoteste aqui analisado). Além disso, as estratégias de estudo “alternar entre diversos tópicos da mesma disciplina na mesma sessão de estudo” e “ler diversas vezes os materiais de estudo” surgem como preditores da ansiedade de realização. Por fim, verificou-se que o efeito da ansiedade-traço sobre a ansiedade de realização é significativamente superior nos/as estudantes que não se autotestam do que nos/nas estudantes que se autotestam, revelando esta estratégia um importante efeito moderador da ansiedade de realização. Sendo este o primeiro estudo do género realizado com estudantes universitários em Portugal, a par da novidade empírica da exploração do efeito moderador das estratégias de estudo na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização, os resultados obtidos apresentam implicações para a compreensão e investigação do impacto do recurso a estratégias de estudo cientificamente validadas na diminuição dos níveis de ansiedade de realização e, consequentemente, implicações práticas para a intervenção clínica neste âmbito. Palavras-chave: Ansiedade aos testes, Ansiedade-traço, Estratégias de estudo baseadas na evidência; Estudantes universitários
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    Contributos da supervisão clínica para a formação de estudantes de licenciatura em enfermagem
    (2023) Ribeiro, Olga Patrícia; Coimbra, Nazaré Trigo, orient.
    O presente estudo tem por objetivo identificar os contributos da supervisão clínica, para a interligação entre a teoria e a prática, e uma formação de qualidade na prestação de cuidados, dos estudantes de 3.º e 4.º anos de Licenciatura em Enfermagem, numa instituição de Ensino Superior do Norte de Portugal. Neste estudo, aplicou-se uma metodologia mista, conjugando a análise categorial de inquéritos por entrevista aos supervisores clínicos da licenciatura em Enfermagem, com a análise estatística de inquéritos por questionário a estudantes da referida licenciatura. Desta forma, foi possível recolher, analisar e triangular as perceções dos sujeitos de pesquisa, estudantes e supervisores de ensino clínico. Os resultados evidenciam que a supervisão clínica contribui, significativamente, para a melhoria do processo ensino e aprendizagem dos estudantes, e consequentemente, para o futuro da profissão de Enfermagem. Contudo, alguns estudantes referem ser necessário um supervisor clínico mais presente nos contextos clínicos, a fim de reforçar a tomada de decisões e potenciar o fortalecimento de relações interpessoais. Deste modo, os enfermeiros, que desempenham as funções de supervisor clínico, devem possuir skills interpessoais, para favorecer o processo supervisivo e garantir a qualidade e segurança dos cuidados prestados, nomeadamente durante a fase pandémica COVID-19. Globalmente, conclui-se que a supervisão clínica influencia a segurança e a qualidade dos cuidados prestados, orienta o percurso profissional dos estudantes e contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências em contexto teórico-prático.
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    Estratégias de ensino e aprendizagem de instrumentos musicais numa escola profissional
    (2023) Araújo, Sara Patrícia Ferreira; Coimbra, Nazaré Trigo, orient.
    Atualmente, no ensino de Música, são valorizados os aspetos humanistas do ensino e a participação ativa do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, partindo do Currículo como documento orientador, é preciso considerar o contexto de aplicação, na planificação e concretização. Neste enquadramento, é fundamental analisar e selecionar as estratégias pedagógicas, a aplicar nos Cursos Profissionais de Música, foco do nosso estudo. Assim, este estudo tem por objetivo geral analisar a eficácia das estratégias de ensino e aprendizagem, individuais e de grupo, aplicadas à prática e performance musical, quanto ao trabalho colaborativo e desenvolvimento artístico de alunos de 7.º, 8.º e 9.º anos, do Curso Básico de Instrumento, na perceção de docentes e discentes de uma Escola Profissional de Música, do distrito de Aveiro. A pesquisa constitui um estudo de caso, com recurso a metodologia qualitativa, com análise de dados quantitativos, através de inquéritos por questionário a alunos, e ainda análise descritiva de dados qualitativos, com inquéritos por entrevista a professores. Globalmente, conclui-se que, para professores e alunos, as estratégias de motivação, colaboração, e de estudo regular de repertório diversificado, aplicadas à prática do instrumento musical, individual e em grupo, podem promover mais trabalho colaborativo e sucesso educativo, e o desenvolvimento da performance dos alunos. Essas estratégias são eficazes, pois desenvolvem o prazer de tocar, com orientação dos professores e reforçam a participação ativa do aluno, em colaboração entre alunos e com o professor. Além disso, confirma-se que há um bom ambiente de trabalho, numa Escola dinâmica, com vários projetos musicais.
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    Inovação tecnológica na avaliação da força e da fadiga muscular em jogadores de futebol
    (2022) Sobrinho, Miguel Lourenço; Teixeira, Carlos, orient.
    A inovação tecnológica tem possibilitado a criação e desenvolvimento de dispositivos com boa capacidade de avaliação e monitorização dos principais indicadores de performance e risco de lesão nas diversas modalidades desportivas. Particularmente no futebol, o estudo da força dos músculos dos membros inferiores, e dos dispositivos que possibilitam a sua avaliação, tem merecido grande atenção pela comunidade desportiva, académica e científica, no sentido de melhorar a monitorização da adaptação ao treino, estimar o risco de lesão e de controlar os índices de fadiga. Uma forma de monitorização da fadiga é através da avaliação da força isométrica (FI), definida como a contração voluntária do músculo, sem alteração do seu comprimento. Apesar de já existirem alguns dispositivos capazes de avaliar a FI no terreno, e dos testes inerentes serem simples de aplicar, a existência de estudos que documentem o impacto de um jogo na fadiga (força isométrica) permanecem escassos, especialmente, nos músculos adutores dos membros inferiores, determinantes para a modalidade e com elevada incidência de lesões. Objetivos: Desenvolver e adaptar acessórios para uma célula de força sem fios (GripWise) que permitam avaliar no terreno a força isométrica dos músculos adutores dos membros inferiores em jogadores de futebol, possibilitando o cálculo da fadiga muscular induzida por um jogo. Métodos: Este estudo transversal teve uma amostra constituída por nove jogadores de futebol semiprofissional (23.11 ± 3.24 anos). A FI foi avaliada através da célula GripWise, e pelo teste de Squeeze, antes e após um jogo de futebol (90 minutos). O teste de Squeeze consiste na avaliação da força muscular isométrica, produzida pelos adutores, durante 10 segundos. Os jogadores foram incentivados a realizar a maior força possível contra a célula GripWise, imediatamente antes .e após um jogo completo (pelo menos 90 minutos) de futebol. Para a análise dos dados de força foram realizados os testes de normalidade e o teste T de medidas repetidas para verificação das diferenças. Os dados de força (todos com normalidade) são apresentados em quilogramas de força (kgf) e respetivo desvio padrão, ou em percentagem de alteração, pré versus pós jogo. O valor de significância (p) foi menor que 0,05. Resultados: Apesar da FI máxima após o jogo apresentar uma redução de, aproximadamente, 14% (36,2 ± 7,3 kgf vs. 31,8 ± 8,8 kgf; p<0,01) houve um jogador que apresentou melhorias da primeira para a segunda avaliação (pré e pós jogo, respetivamente). A FI média teve uma redução de, aproximadamente, 28% (28.44 ± 6.56 kgf vs 20.94 ± 8.48 kgf; p<0,01). Conclusão: Os nossos resultados permitam concluir que um jogo de futebol é indutor de fadiga muscular e que esta é responsável por uma diminuição dos níveis de FI máxima, imediatamente após a sua ocorrência. Esta fadiga é individual, variando de atleta para atleta, o que implica que a análise dos resultados não esteja circunscrita à análise estatística, uma vez que esta indica que um jogo de futebol, efetivamente, provoca fadiga nos jogadores, mas não refere as alterações individuais, onde houve casos em que a FI máxima não se alterou.
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    O efeito do treino de força crónico com restrição de fluxo sanguíneo nos parâmetros hemodinâmicos em adultos saudáveis
    (2022) Russo, Allison Tadeu Pereira; Bohn, Lucimere, orient,
    Introdução: O treino resistido (TR) com restrição do fluxo sanguíneo (RFS) significa a realização de exercícios de força com diminuição do fluxo sanguíneo arterial para os músculos ativos. A diminuição do sangue arterial disponível para os músculos ativos impede que a intensidade e o volume do exercício sejam tão altos em comparação com o treino resistido sem RFS. As respostas hemodinâmicas ao TR-RFS parecem causar contração muscular com baixo fluxo sanguíneo, elevando o estresse metabólico, diminuindo o retorno venoso, exacerbando a atividade simpática e aumentando a resistência vascular periférica, que juntos aumentam agudamente a tensão arterial e a frequência cardíaca. No entanto, os efeitos hemodinâmicos crónicos do TR-RFS e sua comparabilidade com o treino resistido sem RFS e mesmo em comparação com grupos sem treino, ainda são escassos e precisam ser investigados. Objetivos: O objetivo desta revisão sistemática com meta-análise da literatura revisada por pares foi examinar os efeitos crónicos do TR-RFS na tensão arterial em adultos aparentemente saudáveis (PROSPERO: Registro: CRD42022339510). Metodologia: Foi realizada uma busca bibliográfica nas bases de dados PubMed, Sports Discus, Scielo e Web of Science. Dois revisores independentes extraíram as características do estudo e as medidas de tensão arterial. Foram avaliados o risco de viés através da Risk of Bias [ferramenta da Cochrane para ensaios clínicos randomizados (RoB-2)] e a certeza da evidência [através da escala Grading of Recommendations, Assessment, Development, and Evaluation (GRADE)]. Um total de oito estudos preencheram os critérios de inclusão para tensão arterial sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM). Resultados: Em relação à comparação TR-RFS versus não exercício, não foram observadas diferenças significativas a favor do grupo exercício (p>0,05). No entanto, quando comparado ao treino de força sem RFS, o TR-RFS promoveu melhorias adicionais na TAD (-3,35; IC 95% -6,00 a -0,71; I2 = 14%; z = -2,48, p = 0,01), e também na TAM (-3,96; IC 95% -7,94 a 0,02; I2 = 43%; z = -1,95, p = 0,05). Conclusão: Os resultados indicam que o TR-RFS pode promover uma diminuição na TAD, mas a falta de dados sobre este tópico torna qualquer conclusão especulativa. Futuras pesquisas sobre este tópico são garantidas
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    Avaliação e controlo do treino de exercício físico em contexto clínico : relatório de estágio
    (2022) Silva, Diogo Martins da; Bohn, Lucimere, orient.
    Sabe-se que o exercício físico é benéfico ao nível da saúde. O treino controlado e repetido ao longo do tempo, contribui para a prevenção de várias doenças e dos respetivos fatores de risco. Adicionalmente, nos casos em que as doenças estão estabelecidas, o treino de exercício físico ajuda a controlar e a retardar o avanço das mesmas, contribuindo para a preservação da qualidade de vida e da independência para a realização das atividades de vida diárias. Por isso, o exercício físico em contexto clínico, como em clínicas de fisioterapia, pode trazer ganhos adicionais para a saúde de pessoas que estão em processo de recuperação/reabilitação de condições clínicas. O presente documento pretende sumariar a totalidade das atividades realizadas no âmbito do estágio prático na clínica de fisioterapia de Vila Praia de Âncora. Nomeadamente, pretende descrever o processo de avaliação e controlo do treino em três participantes diabéticos, cinco obesos, cinco participantes com doença de Parkinson e três sobreviventes de acidente vascular cerebral. Os programas de treino procuraram dar resposta às recomendações do Colégio Americano de Medicina Desportiva. Todos os participantes foram avaliados antes e após os programas de exercício físico. A duração dos programas foi de aproximadamente 14 semanas e houve uma variabilidade na duração que resultou de constrangimentos levantados pela pandemia COVID-19. O presente documento encontra-se organizado por capítulos. O primeiro, diz respeito ao contexto institucional para a realização do estágio. O segundo, que se encontra subdividido por patologias (isto é, diabetes, obesidade, doença de Parkinson e acidente vascular cerebral), tem como objetivo sumariar a totalidade das atividades desempenhadas no estágio prático. Para cada uma das patologias, estará descrito um breve enquadramento teórico acerca da patologia, procedimentos de avaliação física, protocolo de treino, resultados pré e pós programa de treino e reflexão final
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    Avaliação das funções executivas em crianças através de questionários/inventários: uma revisão sistemática
    (2023) Oliveira, Ana Catarina da Silva; Richter-Trummer, Marisa Filipe, orient.
    A avaliação das funções executivas é essencial devido à sua importância para uma vida bem sucedida e adaptada, principalmente para a primeira infância, fase em que estas começam a desenvolver-se (Anderson et al., 2001). Assim, a presente revisão pretende sistematizar os questionários e inventários existentes para a avaliação das funções executivas em crianças até aos doze anos de idade, com o intuito de contribuir para a aplicabilidade dos mesmos. Consequentemente, o estudo debruça-se sobre a análise das características psicométricas dos instrumentos e na qualidade dos seus estudos, através de uma análise de risco de viés. De forma a garantir o rigor metodológico, esta revisão sistemática segue as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Itens for Systematic Reviews and Meta-Analyses; Page et al., 2021). A pesquisa de artigos foi conduzida através do motor de busca EBSCO, tendo como referência os últimos dez anos e recorrendo às seguintes bases de dados: Psychology and Behavioral Sciences, Academic Search Complete, APA PsycInfo e Eric. Após a fase de elegibilidade, seguiram para inclusão no estudo 83 artigos, por respeitarem os critérios definidos. Os resultados sugerem uma grande diversidade de questionários/inventários (cerca de 18) que avaliam as FE para diversas faixas etárias (dos 2-21 anos), sendo o Behaviour Rating Inventory of Executive Function (BRIEF) o mais frequentemente usado, seguido do Behavior Assessment System for Children, Second Edition (BASC-2) e do Childhood Executive Functioning Inventory (CHEXI). Além disso, os resultados revelam boas características psicométricas dos instrumentos, mas revelam pontuações desfavoráveis no que toca à qualidade dos seus estudos. Em conclusão, o estudo sobre este tema permite notabilizar a necessidade de maior atenção no que diz respeito à investigação nesta área. Palavras-Chave: Avaliação; Funções Executivas; Questionários; Inventários; Crianças
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    Conhecimentos e práticas dos/as professores/as na identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo : um estudo exploratório
    (2023) Ferreira, Joana Marinho Pinto; Oliveira, Célia, orient.
    O Presente estudo visa analisar os conhecimentos e práticas dos/as professores/as em relação à identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com uma amostra constituída por 417 professores/as portugueses/as do ensino público e secundário, de escolas do continente e ilhas. Para a recolha de dados construiu-se um questionário a partir da revisão da literatura científica e da consulta documental e legislativa respeitante à promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, bem como às orientações tutelares emanadas para os estabelecimentos educativos. Os resultados obtidos, relativamente ao conhecimento do conceito dos maus-tratos revelam que o mesmo parece ser familiar à maioria dos/as docentes. No entanto, a maioria dos/as docentes (87,3%) refere não ter recebido formação inicial ou contínua na problemática dos maus-tratos e 60,2% dos/as professores/as reportam necessidade de receber formação específica. No que concerne ao conhecimento dos sinais de maus-tratos, os resultados indicam que, 40,5% dos/as professores/as considera ter conhecimento insuficiente sobre os indicadores comportamentais das crianças observáveis em contexto escolar, e 38,4% reporta conhecimento insuficiente sobre os indicadores associados ao rendimento académico. A maioria dos/as professores/as registam ainda que têm conhecimento insuficiente em relação ao Protocolo de Observação para a Deteção de Situações de Perigo, às consequências das experiências da vitimação, à Lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aos recursos e redes de apoio, e à prevenção dos maus-tratos intra e extrafamiliares. Relativamente à sinalização das crianças e jovens potencialmente vítimas de maus-tratos, os resultados indicam que a maioria dos/as docentes privilegiam o encaminhamento para a CPCJ. No que concerne à resposta à revelação de uma criança sobre vivências de maus-tratos, os resultados revelam que os/as docentes optam por se mostrarem disponíveis para ajudar. Do conhecimento desta realidade nacional resultam um conjunto de implicações para a promoção de conhecimentos e práticas, em contexto educativo, que facilitem a proteção e resposta eficiente e imediata às crianças e jovens em perigo, assim como implicações empíricas para o aprofundamento da investigação neste âmbito.
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    Os preditores de saúde mental em reclusos do género masculino : o papel das estratégias de coping e da orientação positiva para a vida
    (2023) Teixeira, Marta Maria de Sousa; Ferreira, Maria José, orient.
    As estratégias de coping, a par da orientação positiva para a vida (OPV), têm-se revelado como essenciais para o processo de adaptação com sucesso em vários contextos, todavia, são ainda escassos estudos no âmbito da reclusão apesar da relevância em compreender o que poderá potenciar uma melhor adaptação e ajustamento psicológico em contexto prisional. Assim sendo, esta investigação apesenta os seguintes objetivos: 1) Analisar as principais fontes de stress e as estratégias de coping mais utilizadas em reclusão; 2) Analisar as diferenças ao nível das estratégias de coping, da OPV, da saúde mental e distress psicológico em função do tempo de pena cumprido; 3) Analisar o papel da OPV e das estratégias de coping na saúde mental e no distress psicológico. Este estudo contou com a participação de 180 reclusos portugueses do género masculino, com idades compreendidas entre os 22 e os 75 anos (M = 40.36; DP = 11.12). No que concerne às fontes de stress, as relações interpessoais surgem como a maior fonte (40.2% das respostas), seguindo-se a situação de reclusão (19.1% das respostas). Relativamente às estratégias de coping, as mais utilizadas pelos reclusos foram o coping ativo, a aceitação e o planeamento. Ainda no que concerne às estratégias de coping foram encontradas diferenças significativas na sua utilização entre grupos, mais especificamente na ventilação emocional e no uso de substâncias. No que diz respeito ao bem-estar, os níveis de bem-estar emocional e psicológico estão abaixo dos valores médios para a população portuguesa, já o bem-estar social apresenta valores acima. Relativamente aos valores de distress, foram registados valores de ansiedade e depressão moderados e de stress ligeiros considerando os valores de referência. Relativamente ao bem-estar, depois de controlado o efeito da idade e do tempo de pena cumprido, a OPV, o planeamento, e o coping ativo destacaram-se como preditores significativos. Já no que concerne ao distress, após controladas as mesmas variáveis supramencionadas, a OPV, a negação, o desinvestimento comportamental, o uso de substâncias, a religião, a autoculpabilização e o humor revelaram-se como preditores significativos.
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    Os benefícios da atividade física nas funções executivas em crianças e adolescentes com autismo: uma revisão sistemática
    (2023) Vieira, Helena Sofia Monteiro Fernandes; Richter-Trummer, Marisa Filipe, orient.
    A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades ao nível da interação e comunicação social, a par de interesses restritos e comportamentos repetitivos. A PEA é também caracterizada por inúmeros problemas nas Funções Executivas (FE), nomeadamente ao nível da flexibilidade cognitiva, da memória de trabalho, do controlo inibitório, do planeamento e da regulação emocional, tornando-se essencial compreender que respostas existem em termos de intervenção para colmatar estas dificuldades. Neste âmbito, diversos estudos sugerem que a implementação de programas de Atividade Física (AF) tem um impacto positivo nas FE. Todavia, os benefícios desta prática em indivíduos com PEA não são ainda claros. Portanto, o presente estudo pretende compreender os efeitos da AF nas FE em crianças e adolescentes com PEA, através de uma revisão sistemática da literatura. De forma a garantir o rigor metodológico, esta revisão seguiu os critérios PICO e as diretrizes PRISMA. Para a pesquisa foram selecionadas as bases de dados ERIC, APA PsycInfo e Academic Search Complete e as seguintes palavras-chave: Autism Spectrum Disorders OR ASD OR Autism OR Aspergers OR Asperger Syndrome AND Executive Function OR Executive Functioning AND Physical Activity OR Exercise OR Fitness OR Physical Exercise OR Sport AND Children OR Adolescent. Nesta revisão, foram incluídos um total de 9 estudos por respeitarem os critérios de inclusão/exclusão estabelecidos. Os resultados sugerem que após a implementação de programas de AF, tais como basquetebol, equitação, ciclismo, entre outros, a maioria dos estudos revelou benefícios para a globalidade das FE analisadas (e.g., controlo inibitório, flexibilidade cognitiva e planeamento). Contudo, dois estudos não revelaram efeitos significativos na memória de trabalho e na regulação emocional. Concluindo, esta revisão salienta os benefícios da AF nas FE em crianças e adolescentes com PEA, o que representa uma mais-valia para esta população clínica. Porém, esta temática carece de maior atenção e investigação dado o número reduzido de estudos analisados. Palavras-chave: Perturbação do Espetro do Autismo; Funções Executivas; Atividade Física; Crianças e Adolescentes
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    Acontecimentos de vida adversos e coping : o papel mediador da regulação emocional
    (2023) Cunha, Cristiana Filipa Fernandes; Antunes, Carla Margarida Vieira, orient
    Pese embora a controvérsia em torno da definição, delimitação e conceptualização do construto de acontecimentos de vida adversos, é consensual que este é, frequentemente, experienciado de forma negativa pelo sujeito e pode ter repercussões em vários domínios da saúde. Perante a vivência de acontecimentos adversos, o coping dispõe de potencial para estabilizar os indivíduos e suscetibilizar, positiva ou negativamente, a sua saúde física e mental, mediante a evolução do stress. Nesta perspetiva, a adaptação bem-sucedida, de um indivíduo a um dado ambiente, requer a utilização e aplicação de estratégias adequadas. A regulação emocional surge em virtude da regulação das emoções e como indispensável para o bem-estar e saúde mental dos indivíduos. Posto isto, o presente estudo procurou testar o efeito mediador da regulação emocional na relação entre os acontecimentos de vida adversos, vivenciados no último ano, e o coping. Para tal, os instrumentos utilizados incluem o Questionário Sociodemográfico, a Escala de Coping, a Escala de Acontecimentos de Vida Adversos e a Escala de Dificuldades de Regulação Emocional. A amostra deste estudo foi constituída por 225 participantes (77.8% do sexo feminino), com idades entre os 18 e os 63 anos (M=29.31; DP=10.56). Os resultados contrariaram a hipótese de associações estatisticamente significativas entre a experiência de adversidade e o coping, no entanto verificaram-se associações significativas entre outras variáveis, tanto positivas (experiência de adversidade e idade, assim como entre o coping e a idade), como negativas (regulação emocional e coping, e entre a regulação emocional e a idade). Ademais, não se verificou um efeito de mediação total e estatisticamente significativo do construto de regulação emocional, mas obtiveram-se efeitos indiretos estatisticamente significativos. Os resultados obtidos apontam para a importância de desenvolver competências de regulação emocional, incentivando os profissionais de psicologia a adotar uma abordagem de promoção que evidencie esta capacidade como objetivo de intervenção.
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    Quero ser psicólogo/a clínico/a : motivações e expetativas de estudantes universitários/as de Psicologia
    (2023) Joaquim, Luciana Anjos; Pinto, Dulce Patrícia Vale de Vasconcelos, orient.
    Enquadramento: A literatura tem indicado que as motivações e as expetativas de os/as futuros/as profissionais de psicologia e dos próprios/as psicólogos/as podem influenciar a sua prática profissional. Ao nível internacional, verifica-se um foco crescente da investigação nas motivações e expetativas subjacentes à escolha da psicologia clínica e, especificamente, da prática psicoterapêutica/clínica. Objetivo: O presente estudo visa compreender as motivações e expetativas de estudantes universitários/as portugueses, subjacentes à escolha da psicologia clínica. Método: Administrou-se uma entrevista semiestruturada a 12 estudantes da Licenciatura de psicologia, desenvolvida especificamente para o presente estudo. As entrevistas foram transcritas na íntegra. Os dados foram analisados utilizando a análise temática e com recurso ao Nvivo 10. Resultados: Os resultados indicam que as expetativas são o tema mais predominante no relato de estudantes, onde referem as expetativas de como serão enquanto psicólogos/as clínicos/as, como o facto de terem o propósito de quererem ajudar as pessoas e idealizarem darem o mais possível de si, como futuros/as profissionais. Relativamente aos contextos profissionais em que pretendem trabalhar (segundo subtema mais referenciado), referiram o contexto hospitalar e as clínicas. No que concerne às motivações que mais influenciaram os/as estudantes a seguirem a psicologia clínica, destacam-se as suas experiências prévias, principalmente as relacionadas com algum processo terapêutico prévio, bem como a perceção de que têm características pessoais adequadas (competências relacionais- empatia e força de vontade) para o exercício da psicologia clínica. Discussão: As motivações e expetativas de estudantes universitários/as dependem muito das suas vivências, tanto pessoais, como familiares e escolares. Concluímos que a maioria das expetativas de os/as estudantes que queiram seguir a clínica, são realistas e informadas, quando analisados os estudos. Nomeadamente, procuraram informação junto dos/as seus/suas professores/as ou psicólogos/as (e.g., práticas terapêuticas que podem adotar). Para além disso, as experiências prévias, as características pessoais adequadas para a prática clínica e o círculo social, são fatores de motivação para os/as estudantes escolherem a psicologia clínica. Palavras-chave: motivações, expetativas, estudantes de psicologia, psicologia clínica, análise temática
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    Relação entre dominância social e representações sociais face à parentalidade de homens reclusos
    (2023) Mendes, Cátia Patrícia Pinheiro
    O presente estudo teve como objetivo principal analisar o papel preditor da dominância social em relação às representações sociais face à parentalidade em grupos e risco, neste caso, homens reclusos. Assim sendo, a amostra foi constituída por 302 participantes, com idades compreendidas entre os 18 anos e 68 anos (M= 30.92; DP= 7.83), residentes em Portugal (99%), maioritariamente do sexo feminino (88.3%). A recolha de dados decorreu através de uma plataforma online, a partir do seguinte protocolo de instrumentos: Questionário sociodemográfico, Questionários de Representações acerca da Parentalidade e Escala de Dominância Social (SDO). Os resultados deste estudo demonstraram que as mulheres apesentaram mais representações acerca da parentalidade ‘ideal’. Por sua vez, os homens evidenciaram níveis mais elevados de dominância social, comparativamente às mulheres. Não obstante não se confirmou o papel preditor da dominância social nas representações negativas sobre homens reclusos. Este estudo acrescentou conhecimento neste domínio da literatura, revelando-se fundamental continuar a investir nas representações sociais sobre a parentalidade em grupos de risco, em específico em relação a homens reclusos.
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    Criminalidade feminina : características de personalidade e experiências de adversidade
    (2023) Silva, Ariana Patrícia da; Dias, Ana Rita Conde, orient.
    Enquadramento: Existe uma escassez de estudos, particularmente a nível nacional, sobre as práticas criminais femininas, sendo que é possível perceber que determinadas caraterísticas da personalidade e experiências de adversidade são fatores que apresentam uma ligação aos comportamentos e atitudes antissociais, e consequentemente à criminalidade. Contudo, existem ainda poucos estudos que procurem analisar simultaneamente o papel destas duas dimensões na criminalidade feminina. Objetivo: Analisar se as mulheres que praticaram crimes violentos e não violentos apresentam uma história de adversidade na infância e como se caraterizam em termos de personalidade, de modo a melhor compreender e analisar esta problemática. Método: O estudo contempla uma amostra de 138 reclusas condenadas por crimes violentos e não violentos. Administrou-se um questionário sociodemográfico e criminal, Questionário de Trauma de Infância – Versão Breve e Escala Breve de Personalidade. Foram realizadas regressões logísticas hierárquicas para análise dos dados. Resultados: Elevada extroversão parece estar associada ao aumento da possibilidade de se cometer um crime violento, enquanto a possibilidade de se cometer violência criminal diminui com o aumento do abuso emocional e da abertura à experiência, sendo que as variações observadas na possibilidade de se cometer um crime violento são superiores no caso das características de personalidade. Ademais, o efeito cumulativo de vários tipos de maltrato na infância não é um preditor significativo de violência criminal feminina. Conclusão: Neste estudo, a possibilidade de perpetração de um crime violento parece estar mais relacionada com caraterísticas de personalidade do que coma adversidade sofrida na infância. Mais particularmente, o aumento da possibilidade de se cometer um crime violento associa-se com elevada extroversão, reduzida abertura à experiência e reduzido abuso emocional, embora este último tenha um menor impacto.